segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Contos para crianças (até 105 anos)

CONTO
O GIGANTE QUE TROCAVA ARVORES POR OURO

Havia uma vez um gigante em procura de um lugar onde morar. Achou uma bela floresta, perto do mar, e gostou. “Aqui construirei meu castelo”, pensou. Mas perto da floresta havia uma vila pequena e pacata, e quando os seus moradores souberam que um gigante estava por perto, ficaram aterrorizados. O gigante começou a construção do castelo, mas para isso precisava derrubar muitas árvores. Mortos de medo, os moradores do povoado decidiram enviar uma comissão para falar com o grandalhão. “Ele está acabando com nossa floresta”, se queixavam, com razão, as pessoas que haviam nascido e crescido nessa terra abençoada por Deus.
A reunião aconteceu e o gigante fez uma proposta. “Por cada árvore derrubada, os darei dez moedas de ouro”, pois o gigante era muito rico. Os olhos dos moradores se arregalaram, quando ouviram a palavra “ouro”. Só dois ou três tiveram a coragem de falar:
- As árvores não tem preço, senhor; gastaremos o ouro e quem nos devolverá nossa floresta, as suas nascentes de água fresca, os pássaros, a música que o vento faz quando passa pelos caules?
E Jurema, uma menina da roça, tremendo de medo, deu um passo à frente e disse:
- Ouro não se come! Nós sobe as árvores e apanha frutas.

Mas a palavra “ouro” sôo mais alto que a palavra “vida”. E as pessoas da vila aceitaram. O gigante cumpriu a sua palavra.
Em pouco tempo, da floresta só ficou um deserto, com um imenso castelo no meio, mas os moradores tinham ouro e casas novas, televisão, ruas calçadas e ate um shoping-center.
A primavera chegou, mas os pássaros não cantaram, a água das nascentes não descia, o vento arrasava a terra plana sem fazer música. Os moradores olharam suas bolsinhas cheias de moedas de ouro, e sentiram tristeza. E ate o gigante, no seu luxuoso castelo no meio do nada, ficou triste. E chorou.

Patricia Grinberg

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